(Foto: Sebastião Salgado)
Na favela, no Senado, sujeira pra todo lado... (Renato Russo)
Dados da Transparência Brasil - ONG dedicada a mapear os procedimentos dos parlamentares brasileiros nas esferas federal, estadual e municipal - demonstram o Senado Federal brasileiro como a instituição parlamentar mais cara do mundo! (a respeito, o estudo “Os custos do Congresso”, no site da ONG). "No que diz respeito à verba ‘indenizatória’, os senadores, assim como os deputados federais e outros parlamentares brasileiros, têm direito a um estipêndio mensal para gastos tais como correio, combustível, aluguel de escritório e outras despesas. No Senado esse auxílio é de R$ 15 mil. Se o senador apresentar notas em um montante inferior aos R$ 15 mil em um mês, a quantia não utilizada fica à sua disposição no mês seguinte. A possibilidade de dar destino ao montante acumulado é encerrada ao fim de cada semestre. Além desse benefício, os parlamentares contam com outra quantia mensal para o deslocamento às suas cidades de origem, além do uso de carros oficiais e outras regalias, como contratar inúmeros ‘assessores’ pagos à custa do erário”. Três Senadores - dignos de nota - dispensaram o benefício: Jefferson Peres (in memorian), Marco Maciel e Pedro Simon. Sabe-se que Jefferson Peres era tido por aliados e opositores como homem íntegro e Pedro Simon tem a notoriedade de ser dos políticos brasileiros mais éticos. Na tabela de dados da ONG sobre os gastos no trimestre fev./mar./abr. de 2007, quem somam R$ 1 604 171,15 (mais de um milhão e meio em três meses com gastos de correio, combustível, material de escritório e outros!) alguns nomes ficam muito acima da média na gastança, homens e mulheres de partidos diversos:
César Borges (PR-BA) - R$ 34.535,38
Cristovam Buarque (PDT-DF) - R$ 41.360,90
Demostenes Torres (DEM-GO) - R$ 42.313,80
João Ribeiro (PR-TO) - R$ 38.496,20
José Agripino (DEM-RN) - R$ 31.578,52
Kátia Abreu (DEM-TO) - R$ 36.003,25
Lúcia Vânia (PSDB-GO) - R$ 35.624,00
Romeu Tuma (PTB-SP) - R$ 39.702,42
Quantos aos outros, em geral, é fato esperado; mas, chama a atenção figurar nesta safadeza, perdão, nesta vileza, o nome de Cristovam Buarque, pela sua conhecida trajetória como político e educador. Afora isso, sabe-se que, em geral, nos editais públicos, os contemplados na sociedade civil não têm a possibilidade de repasse de verba não gasta para o mês seguinte (os senadores têm!), além de ser prática consagrada em todos os casos o uso de notas frias para o fechamento de contas, ou seja, geralmente não se gasta com o que se disse que se gastou. Em tempo, um contraponto da atitude de dois homens opostos: Eduardo Suplicy - político sabidamente de caráter raro - merece destaque com o menor gasto no trimestre em questão: R$1.636,19; e Romeu Tuma, um dos campeões em desrespeito ao dinheiro do cidadão, que foi apontado por Sarney para ocupar a corregedoria do Senado. Tuma, aliás, "gastou" em média R$ 13 mil por mês com gasolina, papel sulfite e outras coisinhas mais, donde pode-se depreender que ou Tuma desviou esse dinheiro para outros fins, ou Tuma não trabalhou no trimestre, ficando diuturnamente apenas dando voltinhas de carro com seu motorista em torno do Lago Paranoá e atirando bolinhas de papel pela janela... Curiosamente, em 2001 (há quase uma década!), O Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas divulgou um estudo, baseado na existência no País, então, de 50 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha de indigência (29,3% da população), recebendo uma renda mensal inferior a R$ 80,00 per capita. O estudo da FGV apontava que para erradicar este quadro de miséria seria necessária a aplicação de R$ 1,69 bilhão por mês (2% do PIB), o que significaria uma contribuição mensal de R$ 10,40 por brasileiro, tendo como base a renda per capita do país. A idéia desta pesquisa era mostrar como custa pouco erradicar a pobreza ao fornecer dados exatos de quanto seria preciso para tirar 50 milhões de brasileiros da indigência, segundo o coordenador do estudo, Marcelo Neri. Resumindo: o Governo não resolve efetivamente o que tem que ser resolvido unicamente porque não quer resolver. Traduzindo, isso é a tal da falta de vontade política, ladainha tão propalada como obstáculo. Lamentavelmente, do modo como as coisas são e estão, a legião de miseráveis, desempregados e desinformados não tem força para lutar contra os verdadeiros ladrões que roubam o dinheiro e a dignidade dos brasileiros: e não são aqueles que te colocam uma arma na cara no semáforo ou numa rua escura, pois estes também estão sendo roubados. São unicamente os que você elege com o teu tão valorizado voto.
César Borges (PR-BA) - R$ 34.535,38
Cristovam Buarque (PDT-DF) - R$ 41.360,90
Demostenes Torres (DEM-GO) - R$ 42.313,80
João Ribeiro (PR-TO) - R$ 38.496,20
José Agripino (DEM-RN) - R$ 31.578,52
Kátia Abreu (DEM-TO) - R$ 36.003,25
Lúcia Vânia (PSDB-GO) - R$ 35.624,00
Romeu Tuma (PTB-SP) - R$ 39.702,42
Quantos aos outros, em geral, é fato esperado; mas, chama a atenção figurar nesta safadeza, perdão, nesta vileza, o nome de Cristovam Buarque, pela sua conhecida trajetória como político e educador. Afora isso, sabe-se que, em geral, nos editais públicos, os contemplados na sociedade civil não têm a possibilidade de repasse de verba não gasta para o mês seguinte (os senadores têm!), além de ser prática consagrada em todos os casos o uso de notas frias para o fechamento de contas, ou seja, geralmente não se gasta com o que se disse que se gastou. Em tempo, um contraponto da atitude de dois homens opostos: Eduardo Suplicy - político sabidamente de caráter raro - merece destaque com o menor gasto no trimestre em questão: R$1.636,19; e Romeu Tuma, um dos campeões em desrespeito ao dinheiro do cidadão, que foi apontado por Sarney para ocupar a corregedoria do Senado. Tuma, aliás, "gastou" em média R$ 13 mil por mês com gasolina, papel sulfite e outras coisinhas mais, donde pode-se depreender que ou Tuma desviou esse dinheiro para outros fins, ou Tuma não trabalhou no trimestre, ficando diuturnamente apenas dando voltinhas de carro com seu motorista em torno do Lago Paranoá e atirando bolinhas de papel pela janela... Curiosamente, em 2001 (há quase uma década!), O Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas divulgou um estudo, baseado na existência no País, então, de 50 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha de indigência (29,3% da população), recebendo uma renda mensal inferior a R$ 80,00 per capita. O estudo da FGV apontava que para erradicar este quadro de miséria seria necessária a aplicação de R$ 1,69 bilhão por mês (2% do PIB), o que significaria uma contribuição mensal de R$ 10,40 por brasileiro, tendo como base a renda per capita do país. A idéia desta pesquisa era mostrar como custa pouco erradicar a pobreza ao fornecer dados exatos de quanto seria preciso para tirar 50 milhões de brasileiros da indigência, segundo o coordenador do estudo, Marcelo Neri. Resumindo: o Governo não resolve efetivamente o que tem que ser resolvido unicamente porque não quer resolver. Traduzindo, isso é a tal da falta de vontade política, ladainha tão propalada como obstáculo. Lamentavelmente, do modo como as coisas são e estão, a legião de miseráveis, desempregados e desinformados não tem força para lutar contra os verdadeiros ladrões que roubam o dinheiro e a dignidade dos brasileiros: e não são aqueles que te colocam uma arma na cara no semáforo ou numa rua escura, pois estes também estão sendo roubados. São unicamente os que você elege com o teu tão valorizado voto.