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Músicas

sexta-feira, 27 de março de 2009

O DELEGADO E A CADELA.

(Foto: Renato Souza)

O que significa Abin? Associação Brasileira de Inteligência. Mas, dado nosso contexto, talvez o judiciário e o legislativo sugiram que se chame Associação da Burrice Interna ou Associação da Bestialidade Institucionalizada, talvez; e PF? Polícia Federal ou - pelos mesmo motivos - quiçá Possibilidade de Favorecimento ou ainda Paraíso das Falcatruas etc., uma vez que debate-se que órgãos ligados à investigação pública a nível Federal não poderiam compartilhar dados. É piada isso ou é factível? Seria mais ou menos o mesmo que, dentro de um time, o zagueiro não poder passar a bola ao atacante? Seria isso para tornar o jogo investigativo mais instigante ou para dar tempo aos bandidos fugirem ou se precaverem? Como quando Michael Moore - em seu premiado documentário Fahrenheit 9/11 - denunciou as ligações econômicas da família Bin Laden com os Bush, pai e filho, e tendo este último fretado um avião de carreira para a fugida de 24 parentes de Osama Bin Laden residentes nos EUA, 24 horas após o 11 de Setembro! Realmente, o Brasil ainda teima em jogar contra o Brasil. Será que o Delegado Protógenes Queiróz estaria sendo perseguido por políticos e magistrados por ter inconvenientemente prendido um dos - senão o maior dos - empresários do Brasil? Dantas, como é sabido, tem seus muitos braços em todas as instâncias públicas do País. E isto, obviamente, não é gratuito. Ou alguém em sã consciência pensa que é? Então, importunar Dantas, consequentemente, importuna toda uma cadeia corruptiva, falando o português claro, sem eufemismos. Ou seja, até a Velhinha de Taubaté sabe que Dantas é, há décadas, um corrupto notório. Alguém se lembra de que Dantas era dos mais próximos a Collor na presidência, tendo sido, inclusive, cotado para o Ministério da Fazenda? Além de ser ligado a outros corruptos nas esferas municipal, estadual e federal do executivo, legislativo e judiciário, detém conexões espúrias na esfera privada, e não só no Brasil, óbvio, tendo, também, na figura do mais alto magistrado brasileiro seu principal escudeiro. Esse Gilmar Mendes declarou que a prisão de Dantas foi para desmoralizar o STF! Quer dizer, muita gente graúda teria e têm interesse em se opor ao delegado federal tornado bode expiatório. Protógenes, precavido, entrou com um pedido de habeas corpus preventivo no STF. Associado a isso tudo temos que, efetivamente, no Brasil, a imprensa é um quarto poder. Veja, por triste exemplo, já foi indispensável, um ícone passado do jornalismo ético e responsável e competente. Hoje, é um lamentável folhetim sensacionalista, reacionário e com um time carente de estrelas. Veja é preconceituosamente contra Lula, contra Chávez, contra qualquer tentativa de esquerda, contra o MST, contra Protógenes, contra De Sanctis, contra a Educação e totalmente a favor do status quo. O pior é que parlamentares baseiam suas ações, por vezes, não em investigações sérias, mas em manipulação jornalística de quinta categoria, como no caso de Veja com Protógenes. Quer dizer, Veja virou instância jurídica, ao que parece… Mas, por falar em caráter e escrúpulos, há pouco tempo, um recém-nascido foi salvo por uma cadela após ter sido abandonado em um lote na cidade de Santo Antônio do Monte, Minas Gerais. Xuxa, a cadela, encontrou e arrastou até a calçada a caixa de papelão em que o bebê estava. O menino foi encontrado sujo de sangue e ainda com o cordão umbilical. A dona da cadela, Maria Luzia, acordou com os latidos do animal. Estranhando o comportamento de Xuxa, a mulher decidiu abrir o portão. A cadela saiu em disparada, atravessou a rua e entrou no lote, de onde saiu puxando pela boca e empurrando com o focinho a caixa de papelão. A ação da cadela foi providencial para a sobrevivência do bebê. "A gente não sabe quanto tempo a criança ficou lá no sereno. Estava bem frio aqui e se não fosse a cadela, não tínhamos achado naquela hora e ela podia não ter sobrevivido". Maria Luzia contou que só quando chegou perto da caixa de papelão conseguiu escutar o choro do recém-nascido… Eu tenho um cachorro. É um ser especial, pleno de amor e iluminado. Sem dúvida, se preciso, sei que ele daria sua vida por mim ou por meus familiares. E ainda dizem que os animais não têm alma. Quem convive com um ser assim sabe bem o quanto eles têm verdadeiramente uma alma, e muito mais valor que muito humano de terno, diploma ou toga.

sexta-feira, 13 de março de 2009

RONALDO É GENTE.

(Foto: sergiolira)

Mais do que por sua velocidade espetacular, seus dribles geniais e seus inúmeros gols, mais do que por seu futebol maravilhoso, suas superações, suas conquistas, sua humildade e simpatia, Ronaldo é por todos admirado, acima de tudo, porque demonstra humanidade. Não é perfeito. Tem defeitos. Claro, fora de campo também erra: “faz uma noitada” irresponsável, se envolve com um travesti, casa inúmeras vezes (algumas de forma relâmpago), perde a forma, recupera a forma. Mas, acima de tudo, demonstra o que falta a muitos de nós: é gente de carne e osso com uma humanidade latente. Ronaldo não é hipócrita. Faz declarações ponderadas, se expõe. Detém prêmios, títulos e recordes históricos: maior artilheiro da história das copas do mundo! Nem Pelé, nem Maradona: Ronaldo; segundo maior artilheiro da seleção brasileira, perdendo apenas para Pelé; e o mais jovem a receber o prêmio de melhor jogador do mundo pela FIFA com apenas 20 anos. Quais jogadores mais têm a capacidade de, com mais um eterno retorno e um gol, emocionar rivais, torcidas do Brasil e do mundo todo e emplacar manchetes pelo globo? Isto não se deve apenas ao futebol genial de Ronaldo, pois futebol genial não falta ao Brasil e ao mundo. Ronaldo não tem vergonha de errar, pelo simples fato de que todos erramos e ele, humana e humildemente, sabe disso. Quantos desacertos baixos camuflados o tempo todo por quase todos. Quanta canalhice cotidiana, quanta pisada na bola, especialmente pelos que têm mando de campo neste País e no mundo: Mas, Ronaldo não dissimula e essa é uma qualidade única. Isso é coragem e simplicidade, tão desprestigiadas hoje em dia. Por isso, qual um Guga, quem realmente popularizou o tênis no Brasil, dado o seu carisma, Ronaldo é querido por todos: colegas, treinadores, torcedores, adversários, ex-jogadores, jornalistas, crianças, até por quem não gosta e não entende de futebol. Um repórter do CQC pergunta a um palmeirense: “Ronaldo vai marcar?”. “Vai” - a resposta - “só que o Palmeiras vai ganhar!”. Onde e quando já se viu isso entre arquirrivais?! Gaúcho, Kaká e Robinho são estrelas. Estão pregados no firmamento com seus brincos de brilhantes. Ronaldo é craque fincado na terra, por isso a identidade. Kaká é príncipe e Adriano, imperador, por isso não há identificação. Estão longe do alcance do coração do povo. Ronaldo corre nas veias, é boleiro. Kaká não comete erros, é perfeito: melhor do mundo, apolíneo, ético, casado com uma princesa, milionário, não causa polêmicas, crente, bom filho, bom moço. Há quem questione sua humanidade. Será uma superpessoa ou talvez um andróide? Como diz Zélia Duncan: “Quem se diz muito perfeito, na certa, achou um jeito insosso pra não ser de carne e osso”. Mesmo Marcelo D2 homenageia Ronaldo com uma composição - “Sou Ronaldo” - e traduz: “O meu desejo é ser criança e não perder a esperança de ver o jogo mudar”. Lula - amante do futebol, peladeiro, corintiano declarado e roxo - poderia, muito mais que Ronaldo, ter feito o jogo mudar. Afinal, Lula é o dono da bola. Lula talvez fosse amado tanto quanto Ronaldo se não escondesse seus erros, que são bastantes; talvez tantos quantos seus acertos, estes estrategicamente e muito propagados. Mas, Lula é aprovado, não é amado. Ronaldo não. Ronaldo é provado e é amado… Ronaldo se joga no alambrado à torcida. Ele está em casa. Uma casa muito engraçada, de chão verde, não tem teto, não tem parede. Em seus olhos, um brilho de prazer pelo mar de gente, mar de ondas e sons. Espectador privilegiado, tal um popstar no palco, muito mais extasiado que sua própria platéia sem que o saibamos. Ronaldo, gente boa!

IDENTIDADE CULTURAL.

(Foto: Sebastião Salgado)


Entrepostos mantêm-se abastecidos pelo produto dos sequestros fratricidas praticados entre tribos rivais e pela ação de mercenários e negreiros em regiões descontínuas da “Costa dos Escravos”, Golfo de Benin: angolas, hutus e outros homens e mulheres escravizados vindos de todas as partes do território que irão - a pauladas e já com monogramas marcados a ferro quente - abarrotar os navios negreiros em meio a febres e diarréias. Carga viva (peças de mercado: uma de quinze anos, ou duas de sete, em média), assustada e seminu, que não ultrapassará, muito provavelmente, os dez anos de vida útil nos canaviais brasileiros. Na praia - em Wuidá, antes do embarque – têm que dar voltas rituais e estratégicas em torno da “árvore do esquecimento”, quando, supunha-se, perderiam sua memória, esquecendo seu passado, suas origens, sua identidade cultural, como imunidade ao banzo que matava na viagem e para se tornarem seres sem nenhuma capacidade de reação e rebeldia, para uma travessia caracterizada por maus tratos, espancamentos preventivos e má alimentação. Traficando ao Brasil, os negreiros trazem homens coisificados e desumanizados, “servus non habent personam”: sujeitos sem alma, antepassados, nome ou bens próprios. Insanamente, por meses, homens da tripulação navegam no fio da navalha, lidando a seu ver com animais, seres inferiores, mas, de fato, com um carregamento multiétnico de corpos e espíritos livres e diversidade cultural explosiva. O caldo cultural adequado para práticas que viriam a se configurar, já no Brasil, como - dentre outras tantas em gestação - o jogo da capoeira e o samba…

quinta-feira, 5 de março de 2009

MULAS, PATOS, PEIXES E BURROS.

(Foto: Motostefano la prossima)

Nosso sistema econômico e político só faz empurrar as pessoas para a margem da sociedade, obrigando-as a seguirem uma lei que não as ampara, dando-lhes todos os deveres e nenhum dos direitos, e quando essas pessoas se desestabilizam material e mentalmente ao extremo, especialmente pais de família, e entram como massa de manobra na criminalidade sedutora, o Estado sumariamente as trancafia como bodes expiatórios numa espécie de instituição superior do crime, donde, aí sim, saem verdadeiramente criminosos especializados, após deixarem seus filhos relegados às ruas, sementes da miséria do amanhã. Não há autoridade moral nos governos responsáveis pela tragédia que é hoje a vida humana; há, sim, hipocrisia em culpabilizar os pobres em última instância, a partir de certa aura purista e cínica das elites. “O camelô Bigmar Arancibia, 33 anos, disse que seu negócio andava muito ruim e que ele não tinha mais como alimentar a mulher e os filhos. Agora, está numa cadeia na cidade fronteiriça de Corumbá e provavelmente não verá a família durante anos. A polícia o prendeu com 3,5 quilos de pasta de coca na sacola quando ele aparentemente seguia os passos de milhares de ‘mulas’ que atuam nesta conhecida rota do narcotráfico entre os Andes bolivianos e as cidades brasileiras. ‘Eu não tinha dinheiro suficiente para viver’, disse Arancibia à Reuters (COLITT, 5/3/2009), soluçando em uma cela lotada e quente de Corumbá. A pobreza leva as ‘mulas’ a assumirem riscos terríveis. Algumas mulheres colocam pacotes do tamanho de bolas de beisebol em suas vaginas, e muitos engolem cápsulas com cocaína. Correm risco de morte se uma cápsula estourar. Uma mulher passou 30 dias internada para expelir 98 cápsulas que tragara. ‘É um trem humano de contrabando. Corumbá é um dos principais portos de entrada do Brasil para drogas e armas’, disse Mario Nomoto, delegado da Polícia Federal. A droga contrabandeada por Corumbá acaba alimentando a violência em cidades brasileiras, como o Rio”, já que junto com a droga vinda da Bolívia, Colômbia, Paraguai e Peru vêm as armas para protegê-las e muitas acabam nas mãos de criminosos nas metrópoles (a propósito, fala-se no Rio, mas em São Paulo há três vezes o número de favelas cariocas, incrustadas por toda a cidade e não apenas pela periferia, como muitos consideram erroneamente). O Brasil é um país de trânsito da droga, principal corredor para a Europa e os Estados Unidos, não é um país produtor, mas é o segundo em consumo atrás apenas da América. Alimenta os mercados interno, americano e europeu desde inúmeras rotas. Aqui, políticos, juízes e empresários - reais comandantes do tráfico, patrões dos “beira-mares” da vida - enriquecem com o narcotráfico e a lavagem de dinheiro. “De dia”, articulam leis e medidas sociais profiláticas e a prisão de peixes menores, e, “de noite”, comandam digitalmente o narcotráfico de suas mansões em bairros nobres de São Paulo, Rio e Brasília. Não tocam na cocaína - a não ser para consumo. Comandam o tráfico, a lavagem e as conexões com as máfias internacionais - Cosa Nostra (Itália); La Cosa Nostra (EUA); Tríades Chinesas; Yakusa (Japão); e máfias russas e do Leste europeu. Os ditos mega traficantes - Abadia, Beira-Mar, Marcinho VP e outros – são e foram médios no organograma da droga, gerentões do tráfico da elite brasileira, peixes pequenos, nada mais que isso, comprovado há muito e por muitos. Por outro lado, o sistema e os governos só facilitam a lavagem, problema central do narcotráfico, uma vez que a desregulamentação acelerada da economia com o triunfo da globalização fez com que os mecanismos de controle do sistema financeiro mundial se tornassem ainda mais frágeis. Nunca o capitalismo foi tão propício a aplicações, transferências, guarda e especulação com dinheiro de procedência supostamente ignorada, afirma Mario Magalhães, autor de O narcotráfico (2000). É o Programa das Nações Unidas para o Controle Internacional de Drogas (UNDCP), e não um grupo anticapitalista que afirma, segundo Magalhães: “As organizações criminosas envolvidas com drogas ilícitas respondem às oportunidades criadas pela globalização da economia de mercado. A década passada viu grandes passos na desregulamentação bancária e na privatização de negócios de Estado”... Bem, quanto ao título, de mulas e peixes já falamos. Os peixes não dormem, apenas alternam estados de vigília e repouso... Quanto à mula, é animal estéril... Mas, com tudo isso, e quanto aos patos e burros?

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Depois de prefixo, quando a segunda palavra começar com s ou r, as consoantes devem ser duplicadas. Exemplos: antirreligioso, antissemita, contrarregra. No entanto, o hífen será mantido quando os prefixos terminarem com r, como hiper-, inter- e super-. Exemplos: hiper-requintado, inter-resistente, super-revista.

QUEM SOU EU

Minha foto
Salvador, BA, Brazil
Sou paulista, tenho 44 anos, e a seis anos moro em Salvador, Bahia, aonde vim fazer meu mestrado em arte-educação na Universidade Federal da Bahia. Sou professor de Metodologia de Pesquisa Científica na Faculdade São Tomaz de Aquino, nos cursos de Direito, Pedagogia e Comunicação. Presto serviços em Metodologia de Pesquisa Científica - minha especialidade - e Redação pela TEXTO&CONTEXTO: cursos, consultoria e normatização para textos científicos. Tenho atuado a mais de 15 anos junto a alunos de graduação e pós-graduação de universidades como UFBA, Uneb, USP, Unicamp, Unesp, UFPE, UFSC, FGV e universidades de Portugal e África, dentre outras. Em 2008, iniciei disciplinas no doutorado em Educação na UFBA como aluno especial.

ESTRADA

  • Nasci em São Paulo, capital, e fui criado no bairro da Moóca, tipicamente de classe média italiana, nascido como bairro proletário.
  • Nos anos de 1987 e 1988 fui membro individual da Anistia Internacional e em 1989 fui membro de grupo, escrevendo cartas para chefes de Estado e de Governo do mundo todo em prol de presos políticos e de consciência.
  • Em 1989, iniciei bacharelado no Instituto de Artes da Unicamp.
  • Em 1993, trabalhei como voluntário responsável pela biblioteca no Centro Boldrini, hospital referência no tratamento do câncer infantil, em Campinas.
  • Em 1996, com mais seis amigos, fundei o Centro de Cultura e Convívio Cooperativa Brasil, em Campinas.
  • Em 2000, escalei o vulcão Villarica, no Chile, o mais ativo da América do Sul, com quase 4 mil metros.
  • Em 2001, conclui especialização em Metodologia de Pesquisa Científica pela Unicamp.
  • Em 2003, graduei-me na ABADÁ-Capoeira.
  • Em 2007, conclui mestrado na área de arte-educação pela UFBA.
  • Desde 2007, sou membro da Igreja Batista da Graça.
  • Atualmente, sou Membro Internacional e de Rede de Ação Urgente da Anistia Internacional, escrevendo cartas para chefes de Estado e de Governo do mundo todo em prol de presos políticos e de consciência.

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