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quinta-feira, 14 de maio de 2009

DE QUANDO QUEM DEVERIA DETER O CONHECIMENTO PERPETUA A IGNORÂNCIA

(Foto: www.codedblog.wordpress.com)

Se há uma palavra em nossa língua que não comporta plural essa palavra é raça. Não há, desde o princípio da humanidade, nem nunca houve raças. Consequentemente, não há o termo raças, unicamente raça. Na verdade, a única diferença que pode nos unir é a cultural – hábitos de vida e costumes - ademais é a fantástica diversidade humana. O Projeto Genoma Humano desfez definitivamente este equívoco, quando de sua conclusão em 2003, demonstrando, após seu mapeamento, que o DNA humano é um só (99,99% idêntico), ou seja, existe apenas a raça humana. Ademais, o que há são etnias. Etnia é o termo correto para a denominação, ainda hoje, usada de modo estranho e equivocado por acadêmicos, jornalistas, governantes, políticos etc. para raça. Para as outras pessoas, estabelecer este engano é perdoável. Impressionante é o fato de tantos líderes e formadores de opinião, homens que deveriam orientar corretamente, permanecerem numa discussão que parte de uma premissa falsa. Falar em raça, hoje, só pode ser justificado em termos metafóricos ou numa abordagem, quando muito, com algum cunho “filosófico”. Mas, erroneamente, o termo e - pior - seu conceito são tomados em falso sentido estrito. Definitivamente, segundo a Ciência, há que se falar em etnias, e a diferença é crucial, e não apenas semântica. Quem discrimina seu semelhante pela cor da pele, sabemos que, legalmente, é racista. Discriminar não comporta apenas via negativa, mas, positiva também. Discriminar é separar, diferenciar, distinguir. A confusão que se faz é que se eu diferencio um “negro” eu sou racista, mas o que não se aponta é que se eu levanto uma bandeira por ser “negro”, por exemplo, sou igualmente racista, estou estabelecendo diferença. Estou separando, segregando, delimitando ideologicamente. Neste aspecto, a lei não está sendo interpretada nem aplicada igualitariamente na sociedade. É o mesmo crime. Há que se falar, neste caso, em racismo contra o dito “branco”. Na Bahia, por exemplo, esse tipo de racismo é fartamente praticado. Em Salvador, o dito “movimento negro” é uma falácia, não passa de um rótulo, uma marca. Não é um movimento social em sentido estrito como o é o MST, por exemplo. “Movimento negro” não passa de algumas ONG’s com uma cúpula total de algumas dezenas de caciques, no máximo poucas centenas, manobrando uma massa de simpatizantes de, talvez, poucos milhares de pessoas, que pontuam datas históricas e eventos culturais – apoiados por políticos e artistas “negros” imbuídos dos mesmos pequenos interesses midiáticos e políticos. Essa pequena cúpula é racista e rancorosa e multiplicadora destes sentimentos. Olha para trás e não para frente. Não quer acabar com um contexto generalizado de pobreza e injustiça social. Quer vingança por um contexto passado. Quer que o “negro” tenha “compensações”. Mais que isso, esta cúpula quer se dar bem financeira e politicamente. O “branco” pobre que se lixe. É rápida em defender que o “negro” foi usado no passado, mas lenta em assumir que alguns de seus membros usam hipocritamente seu semelhante no presente sempre que há uma oportunidade para tanto, seja pela exploração sexual, do trabalho ou econômica. Não possui um sentido de unidade nacional. Não agrega a questão, por exemplo, do índio brasileiro, talvez tão ou mais espoliado e injustiçado aqui que o próprio escravo “negro”, ou mesmo do próprio nordestino. A escravidão era uma sociedade mercantil entre europeus e africanos, estes fratricidas então. Basta ler alguns dos maiores estudiosos da área para se ter acesso a tais informações, como João José Reis ou o meu caro amigo Carlos Eugenio Líbano Soares, professores da Faculdade de História da UFBA. A escravidão era fenômeno cultural na África, praticada muito antes da chegada do português. Inúmeras tribos africanas digladiavam-se, escravizando-se entre si. Irmão escravizando irmão. O português tornou-se sócio desta riquíssima empresa já plenamente instaurada de antemão. Tanto que expedições ao interior da África não eram comuns, por serem mais caras, demoradas, logisticamente complexas e arriscadas. O tráfico se dava principalmente no litoral em entrepostos farta e previamente abastecidos de “negros”… por “negros”. Depósitos a beiramar na Costa dos Escravos africana em comunicação com depósitos a beiramar na Bahia. O maior mercador de escravos do mundo no início do século 19, Chachá de Ajudá, era baiano e mestiço e possuía uma fortuna estimada em US$120 milhões, um absurdo à época. O “branco” não foi, como se pensa, um demônio usurpador de anjos negros. O “negro” já era seu próprio demônio e àquele tempo, como hoje em dia, os homens, de qualquer etnia, careciam de caráter, humanidade e fraternidade, e sobejavam ganância, corrupção e barbárie. Se hoje vivemos um capitalismo selvagem, naquela época um mercantilismo selvagem cuidava de perpetuar por dinheiro abominações com a vida humana tais como vemos hoje. Ex-escravos urbanos de ganho no Brasil compravam escravos; têm-se notícia mesmo de casos, como de um homem “branco” de olhos azuis que chegou a ficar acorrentado mais de um dia numa praça do Rio de Janeiro exposto à venda. Essa visão purista, maniqueísta e romântica do “negro” só faz perpetuar injustiças, e o dito “movimento negro” conscientemente se apropria desta distorção e, espertamente, vem capitalizando (no sentido figurado e no literal) este equívoco histórico, com a anuência de desavisados simpatizantes de fora da etnia. Carrega um extremismo, uma ignorância e uma amargura similares aos que moveram uma face doentia do feminismo da década de 1960, movimento que obteve conquistas justas ao lado de supostos “ganhos” para a mulher à custa de perdas nítidas hoje para todos. Mas o feminismo, ao menos, era um legítimo movimento. O que o negro escravo passou no Brasil foi uma barbaridade, sem dúvida. Mas isto já passou. Mais importante, hoje, é olhar o trabalho escravo que se pratica fartamente nos latifúndios brasileiros, ao invés de chorar o leite derramado de um passado escravista, que é constantemente objeto de manipulação de certo sentimento de culpa por parte da nossa sociedade nos dias atuais. A discussão das cotas raciais para as universidades públicas passa por esta questão. Melhor seria, como muitos defendem, estas cotas serem sociais ao invés de raciais. O racial da questão levanta a atenção para um falsa diferença, e coloca membros de uma mesma coletividade uns contra os outros ao separá-los. Cotas raciais acirram o sentido nefasto de “raças” e dividem dentro de um mesmo contexto, criando opostos. Cotas sociais integram, igualizam. A cota social integraria todas as etnias pela questão econômica e, nisso, os “negros” seriam de modo indireto majoritariamente incluídos, resolvendo-se-lhes o problema. As “lideranças negras” não querem a cota social, pois esta anula o caráter identitário de sua reivindicação, prova de que a vontade não é de solucionar o problema, mas de capitalizar política e midiaticamente os desdobramentos da questão. A propósito, já está mais do que na hora da lei mudar o termo racismo para antietnicidade, ou algo que o defina corretamente para ajudar a acabar com estas distorções em sua raiz.

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Depois de prefixo, quando a segunda palavra começar com s ou r, as consoantes devem ser duplicadas. Exemplos: antirreligioso, antissemita, contrarregra. No entanto, o hífen será mantido quando os prefixos terminarem com r, como hiper-, inter- e super-. Exemplos: hiper-requintado, inter-resistente, super-revista.

QUEM SOU EU

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Salvador, BA, Brazil
Sou paulista, tenho 44 anos, e a seis anos moro em Salvador, Bahia, aonde vim fazer meu mestrado em arte-educação na Universidade Federal da Bahia. Sou professor de Metodologia de Pesquisa Científica na Faculdade São Tomaz de Aquino, nos cursos de Direito, Pedagogia e Comunicação. Presto serviços em Metodologia de Pesquisa Científica - minha especialidade - e Redação pela TEXTO&CONTEXTO: cursos, consultoria e normatização para textos científicos. Tenho atuado a mais de 15 anos junto a alunos de graduação e pós-graduação de universidades como UFBA, Uneb, USP, Unicamp, Unesp, UFPE, UFSC, FGV e universidades de Portugal e África, dentre outras. Em 2008, iniciei disciplinas no doutorado em Educação na UFBA como aluno especial.

ESTRADA

  • Nasci em São Paulo, capital, e fui criado no bairro da Moóca, tipicamente de classe média italiana, nascido como bairro proletário.
  • Nos anos de 1987 e 1988 fui membro individual da Anistia Internacional e em 1989 fui membro de grupo, escrevendo cartas para chefes de Estado e de Governo do mundo todo em prol de presos políticos e de consciência.
  • Em 1989, iniciei bacharelado no Instituto de Artes da Unicamp.
  • Em 1993, trabalhei como voluntário responsável pela biblioteca no Centro Boldrini, hospital referência no tratamento do câncer infantil, em Campinas.
  • Em 1996, com mais seis amigos, fundei o Centro de Cultura e Convívio Cooperativa Brasil, em Campinas.
  • Em 2000, escalei o vulcão Villarica, no Chile, o mais ativo da América do Sul, com quase 4 mil metros.
  • Em 2001, conclui especialização em Metodologia de Pesquisa Científica pela Unicamp.
  • Em 2003, graduei-me na ABADÁ-Capoeira.
  • Em 2007, conclui mestrado na área de arte-educação pela UFBA.
  • Desde 2007, sou membro da Igreja Batista da Graça.
  • Atualmente, sou Membro Internacional e de Rede de Ação Urgente da Anistia Internacional, escrevendo cartas para chefes de Estado e de Governo do mundo todo em prol de presos políticos e de consciência.

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