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sábado, 28 de fevereiro de 2009

EXCRESCÊNCIAS.

(Foto:www.tecgrama.com.br)

Numa sociedade caracterizada pela injustiça social (especialmente num dos países onde a distância que separa ricos e pobres é notoriamente das maiores do mundo), um dos mecanismos genuínos de luta por transformações a que pessoas e grupos têm acesso é exatamente o movimento social, como é o caso do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Os movimentos sociais, em geral, se caracterizam por atuarem de forma explícita no ambiente político, através de passeatas, atos públicos, promoção de ações judiciais, encampamento de órgãos, ocupações de bens públicos e de propriedades, dentre outros. No caso do MST, como em qualquer outro movimento, obviamente, é possível haver excessos e manipulações pontuais, mas casos específicos devem ser julgados isoladamente, não se pode generalizar a todo um movimento social, que tem uma reivindicação histórica e legítima: a reforma agrária. Sabe-se que o purismo não é característica humana nem de grupos, e isto o PT já demonstrou fartamente aos iludidos de plantão. Mas, também, não se pode cruzar os braços diante de tamanha injustiça social: é preciso organizar-se em luta. E luta não é namoro, não se faz de beijos, abraços e flores; luta é embate, conflito, que não tem que se dar necessariamente no campo da violência. Não é justamente em resposta aos “excessos” seculares de determinadas políticas e práticas econômicas que movimentos sociais como o MST lutam e lutaram? Não foi assim com a luta antiescravista no Brasil, durante décadas, mexendo com o interesse econômico de poderosos, envolvendo atores diversos, internos e externos, e graves atritos sociais? Não é contra a enormidade de privilégios que um grupo se organiza para achar meios de minimizar disparidades? Como deveria agir toda uma classe de oprimidos frente à classe que oprime? Uma classe opressora sensibiliza-se com o diálogo, ou com a idéia de compartilhamento? A lógica da elite, tradicionalmente, é a lógica do status quo, ou seja, atuar em nome da manutenção irrestrita de suas benesses, unicamente no interesse de sua classe (de sua manutenção, reprodução e perpetuação) não se levando em conta qualquer análise do ponto de vista social ou humanitário: é preciso não ceder terreno e isso, no caso do MST, tem sentido figurado e literal. Assim, a elite movimenta-se em todos os fronts possíveis nesta guerra: pela política, imprensa, opinião pública, judiciário, polícia, força bruta etc. Há estratégias de enfraquecimento do MST: de um lado, sua criminalização pelas elites rural e empresarial, e pelas direitas judiciária e política, e, de outro, seu desabono perante a opinião pública pela imprensa em geral. Recentemente, de acordo com a Agência Estado, “o presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Alencar Burti, enviou uma carta ao presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, na qual chama de excrescência o financiamento do MST com dinheiro público. ‘Sou contra o repasse de verba pública para financiar movimentos sociais que atuam em constante desrespeito ao Estado de Direito, agindo à margem da lei’". Resta a pergunta: Estado de Direito para quem cara pálida?! O senhor Burti, ao que parece, espera que os integrantes do MST mantenham-se passivamente fora da sociedade, porém dentro da lei. O ministro Mendes, homem em tudo coerente com seus juízos relativos, concordou com o senhor Burti, declarando que “considera ilegal o repasse de recursos públicos para movimentos sociais que ocupam terras. Na mesma ocasião, o ministro também cobrou atuação mais enérgica do Ministério Público (MP) contra as invasões de terras”. O Ministro Gilmar é rápido em cobrar ação enérgica do MP conta o MST, porém lento, com todo poder que detém, em ser enérgico com o senhor Daniel Dantas, por exemplo. [Me permitam uma breve digressão, por favor: tudo se resume a dois pesos e duas medidas sempre. Tive uma cliente, promotora de Justiça, que me apontou que, em juízo, um réu da estirpe de um Daniel Dantas é tratado por doutor pelo juiz, posto que frequentam os mesmos clubes, seus filhos frequentam os mesmos colégios, as mesmas academias, as esposas vão aos mesmos salões...]. Ministro Gilmar, me esclareça, por favor! Como se promove uma reforma agrária sem investimentos financeiros (para desapropriações de terras improdutivas, geração de infraestrutura nos assentamentos etc.)? E como esses recursos não seriam públicos? Burti elogiou o digníssimo magistrado: "A atitude de Vossa Excelência serviu para trazer à tona a repulsa e a firme posição dos presidentes do Senado e Câmara, no sentido de também coibir essa excrescência que é o financiamento de movimentos sociais, que outra coisa não fazem senão gerar baderna, caos e insegurança, ferindo os mais elementares princípios de uma democracia". Novamente, eu pergunto: democracia para quem, selvagem capitalista Burti? Dentre os princípios elementares de uma democracia não estariam, também, igualdade de direitos e oportunidades? Acesso a terra para o trabalho e não para a improdutividade? Acesso à Educação e Saúde de qualidade? Que condição de igualdade têm membros do MST com este senhor Burti ou com o supremo do Supremo? Vamos, talvez, comparar o local onde estes opostos residem, ou a qualidade de vida que desfrutam, ou o local onde seus filhos são educados, ou a que sistema de saúde se dirigem quando necessitados, que meios de transporte usam, dentre outros? É uma questão de ponto de vista, de perspectiva: para o doutor Burti, democracia é manter tudo como está, e, para um sem terra, democracia é a possibilidade de mudar o que aí está. É claro que o senhor Burti e outros senhores burti pelo Brasil afora não querem ter suas vidas de conto de fadas badernadas, nem reféns de caos ou insegurança. Querem o de sempre: que as coisas continuem como são e estão, pois para os burtis do Brasil isto está muito bom. Para os seus filhinhos adolescentes que gastam em uma “balada” o que um membro do MST não gasta num semestre em comida, também está muito bom. As senhoras burti também não querem gastar pouco menos do que gastam numa tarde de compras no shopping, em prol das senhoras do MST poderem ter uma vida tanto mais digna. Muitos amigos, vizinhos e parentes dos burtis também não reverteriam parte de enormes somas gastas com cocaína, champanhe francês e uísque escocês para vestir melhor os filhos dos sem terra... A democracia no Brasil é muito peculiar, é uma democracia para poucos: em 1998, o IBGE mapeou que o 1% mais rico no Brasil ganhava mais que os 50% mais pobres... Fato é que os incontáveis burtis neste País sentem-se incomodados com movimentos sociais e gostariam mesmo que tais excrescências nem existissem para não atrapalhar suas vidinhas confortáveis ao extremo em seus condomínios de luxo, haras e fazendas, com suas festas e convivas, seus iates, jatinhos e praias particulares. Realmente, o que os burtis Brasil adentro gostariam de externar - mas é bastante politicamente incorreto, então apela-se para a máscara social e o discurso vazio - é que é repugnante esta gentalha toda querendo direitos e uma boa parte das terras privadas. No fundo, e no raso também, todos os burtis nacionais quereriam que estes seres imundos - estas excrescências - simplesmente desaparecessem, saíssem do caminho, fossem mortos, abduzidos ou presos perpetuamente... Felizmente, ainda segundo a Agência Estado, o ministro-chefe da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, defendeu o MST das acusações de praticar atividades criminosas. Vannuchi disse ver com preocupação o que ele chamou de "convencimento equivocado" de um juiz sobre movimentos sociais, como o MST: "Em tese, ele será chamado a votar, a proferir sentença nesse tema. O que eu sugiro é que todos nós, autoridades públicas, nesses pronunciamentos, cuidemos de separar pontos de vista e falar em nome do poder". O ministro-chefe da Secretaria pediu calma na apuração dos crimes atribuídos a militantes do MST e que os acusados respondam individualmente perante a lei por seus erros ou eventuais crimes, sem “satanizar” os movimentos sociais. Numa alusão à repressão do regime militar no Brasil, Vannuchi disse que os militantes do MST estão se tornando os "comunistas" da atualidade. Chegou a comparar as críticas ao movimento à perseguição de Hitler aos judeus. "O MST pode ter erros, equívocos, mas não posso deixar de reconhecê-lo como movimento social. Não equacionamos isso na base da repressão, do processo judicial, prisão e lei. Movimento social tem que ser equacionado sempre com diálogo", defendeu o ministro lucidamente... A propósito, quer parecer um ato falho deste senhor Burti usar o termo excrescência e não qualquer outro afim. Excrescências lembram excrementos, além de serem saliências de um terreno; o que está sobrando, em demasia; e tumor sobre superfície de órgãos, como um asqueroso exército de sem terras em marcha, formando podres protuberâncias sob verdejantes pastos e campos de golfe...

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

CARNAVAL DE SALVADOR: O MUNDO DA FESTA E O MUNDO DO TRABALHO.

(Foto: Sebastião Salgado)

Em Salvador, temos um carnaval cada vez mais comercial, feito para os ricos turistas do Brasil e do mundo todo e para uma elite local, que têm condições de pagar um caro camarote ou um dispendioso abada para seguir o trio elétrico de alguma "celebridade" - ou "artista que não faz arte", no dizer de Marcelo D2. A violência grassa, a cidade vira campo de guerra: os prédios, praças e monumentos, nas suas fachadas, são literalmente encaixotados para não serem depredados, assaltados ou virarem motel e banheiro a céu aberto. E a periferia desce ao axé, pagode e outros ritmos. De um lado, na avenida, o roubo, e, de outro, "a porrada come solta" na base da - como diz Caetano - “vã valentia”. Os camarotes e trios, cada vez maiores, cada vez mais tiram espaço do povo na avenida, o que aumenta a violência de foliões nas “pipocas” e a ação também violenta da polícia, claro, para quem está do lado de fora das cordas. Os cordeiros (auxiliares de segurança nos trios elétricos) - que até já foram objeto de estudo no Instituto de Saúde Coletiva, da Universidade Federal da Bahia, através da dissertação de mestrado de Juliana M. Maia, intitulada O carnaval dos cordeiros: trabalho e violência entre auxiliares de segurança de Salvador (2008) - são o contraponto disso tudo. Pobres, sub-proletários, vindos da periferia, tendo que pernoitar in loco nos dias da folia, recebendo uma diária irrisória - além de farta humilhação - e tendo uma jornada braçal insalubre de horas e horas para que “a galera curta sua folia”. Há casos de cordeiras grávidas de meses trabalhando; cordeiras assediadas sexualmente na hora do pagamento; e pagamentos marcados para de tarde efetuados só na manhã seguinte, sem maiores ou menores explicações, obrigando estas pessoas a terem que dormir ao relento e mal alimentadas. Desrespeito total. Direitos trabalhistas zero. Mas, os camarotes e trios aumentam lotação e luxo a cada ano, e o ganho dos “artistas” e produtores cresce exponencialmente a cada carnaval. Enquanto um folião chega a dispor de mil reais numa noite para um camarote, um cordeiro ganha em torno de dez reais por um dia todo de exaustivo trabalho. Conheço isso bem de perto: no carnaval de 2004, recém-chegado a Salvador, num período de adaptação e desemprego, tive como opção a venda de cervejas na avenida; quanto à dissertação mencionada, fiz sua revisão e normatização; e conheço como folião, pois freqüento o carnaval, por vezes, apesar de tudo, afinal quero exercer minha crítica, mas sem chateza... Maia, na conclusão de seu trabalho sobre os cordeiros destaca que: “[No carnaval] Espera-se a elevação da violência devido à distensão das normas sociais e à multidão. […]. Também, surgem os perigos do comportamento antissocial das pessoas, onde se destacam as diversas formas de agressões físicas (tiro, facada, garrafada, pedrada, latada, murro) fruto da interação dinâmica da diversidade de pessoas e interesses. […]. O trabalho se resume a ganhar pouco em relação aos perigos sofridos, onde a violência chama a atenção, os auxiliares são alvo da múltipla vitimização de uma variedade de agressores (pipoqueiros, policiais, outros cordeiros, foliões de dentro dos trios e vândalos, dentre outros), bem como de grupos interessados especificamente em bater nos cordeiros. Na dispersão, que inclui todo o trajeto desde a saída do circuito até chegar em casa, os auxiliares sofrem com as agressões praticadas por vândalos e os excessos de alguns policiais”... Pode-se ver o carnaval como uma alegoria da sociedade atual: um abismo enorme entre classes que têm, como única ponte as unir, a alienação. Ao meio, uma garganta profunda tragando violência, drogas, falta de Educação, miséria, opulência, promiscuidade, desemprego, preconceito, revolta, exploração sexual e trabalho abusivo... Olha o breque!...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

DEMOCRACIA?

(Foto: Serkan Gulsen)

Democracia, resumindo, é apenas liberdade de voto, culto, expressão e outras licenças mais? Entretanto, do que me vale poder expressar-me ou votar ou cultuar ou exercer qualquer outro direito, se pessoas passam fome, são oprimidas, exploradas, não têm direito à segurança, saúde, educação, emprego, moradia e dignidade? Dessa forma, num sentido mais amplo, democracia no Brasil não é e nunca foi uma realidade, antes uma figura de retórica em que se apóiam políticos em discursos vazios e oportunistas, como os do feudalista Sarney, que, segundo a BBC Brasil, em carta-resposta à inglesa Economist, por artigo intitulado Onde os dinossauros ainda vagam (muito apropriado), afirma: “A História vai julgar o papel que cumpri, mas eu sou conhecido como o presidente da transição democrática [...] e que priorizou o desenvolvimento social. Isto permitiu o florescimento de uma sociedade verdadeiramente democrática e abriu caminho para a eleição de um operário como Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência". Os grifos são meus... Estou a pensar o que José Sarney considera por “desenvolvimento social” ou por “sociedade verdadeiramente democrática”... É de se estranhar, pois se pode acusar Sarney de muitas coisas - corrupção, nepotismo, improbidade administrativa, peculato, apadrinhamento, conchavo, submissão, ineptidão, incomplacência, convolação, cinismo, oportunismo etc. - menos de ser um homem inculto, desinformado e despreparado. É advogado e, inclusive, escritor (?!) e membro da ABL com pretensões, até, à sua presidência. Além de estar há meio século na vida pública (donde o “dinossauros”). Então, obviamente, Sarney tem consciência do que seja “desenvolvimento social” e “sociedade verdadeiramente democrática”. Tanto no plano das idéias, quanto no da realidade. Seja através da leitura de intelectuais consistentes, seja na percepção de outras sociedades, contemporaneamente ou através da história. Ou, até, pelo contraste da ausência, no exame do seu Estado, o Maranhão, um dos mais atrasados e antidemocráticos da Federação, ao longo de seus governos e do de Roseana Sarney. Toda esta bagagem instrumentaliza Sarney a estabelecer relações concretas com o caso brasileiro e, daí, a extrair conclusões. Todavia, em sua carta ao periódico inglês, Sarney conclui que o Brasil é um País “desenvolvido socialmente”, além de ser uma “sociedade verdadeiramente democrática”!... Sendo assim, a fala de Sarney requer, ainda, um breve e fundamental exercício de hermenêutica, isto é, extrair das entrelinhas, do discurso, seu real significado, sua real intenção, o que está por trás do dito. Ou Sarney crê mesmo no que disse, e isto já está refutado dada sua consistente experiência e formação, ou Sarney é um perfeito cínico, sem escrúpulos, por afirmar a uma conceituada revista estrangeira - do alto do cargo que ocupa, um dos principais da República - uma rematada mentira. O artigo defende, também, que a eleição de Sarney para a presidência do Senado seria uma vitória do feudalismo e que o Sr. José deveria se aposentar e que ele teria sido um Presidente da República acidental e sem distinção. Em contrapartida, Sarney, iludido, se compara a Churchill, Adams e Kennedy... Porém, e aí devo confessar que Sarney acerta, ele também se compara aos Bush... Meu caro leitor, quem terá a razão neste embate de gigantes? Questão extremamente difícil sobre a qual vou passar meu carnaval, em Salvador, meditando... Em tempo: não devemos esmorecer, porque até os poderosos e soberanos dinossauros, um dia, enfim, terminaram extintos...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

TEATRO DO ABSURDO.

(Foto: Sebastião Salgado)

Meu amigo, aí vai uma dura verdade que provavelmente nunca lhe colocaram: ...seu voto vale absolutamente nada!... Isso mesmo... Todo mundo enaltece seu voto e faz você pensar que ele e você são importantes, certo? Que é preciso votar conscientemente para mudar as coisas, certo? Dizem que você é o ator principal do processo, certo? Erradíssimo... Puro clichê... Explico: seu voto e o meu valem absolutamente nada, como eu e você igualmente valemos, unicamente pelo fato de que, votando em quem quer que se vote, há absolutamente nenhuma mudança qualitativa... Nenhuma... Escolhendo entre ruim e pior ou entre muito corrupto e meio corrupto? Não sou eu que o digo, nem sou tão pretensioso assim, é apenas uma conclusão a que qualquer cidadão medíocre pode chegar... basta fazer uma pequena ou tanto maior análise histórica e ver em que contexto, no Brasil, o voto alçou ao poder alguém que fez qualquer mínima diferença... Tirando a questão das liberdades, o que qualquer presidente civil pós-ditadura fez de diferente dos presidentes militares? Unicamente, agora você já pode ir a um teatrinho assistir a uma pecinha. Se você disser que a tortura acabou, eu lhe digo que você nunca esteve no interior de uma delegacia ouvindo gritos, e se você disser que os direitos humanos hoje são respeitados, eu lhe digo que nunca o trabalho escravo e a exploração do trabalho e da sexualidade das crianças foram tão praticados... Realmente, você pode ir a um teatrinho ver uma pecinha... esta mudança é concreta... Nosso sistema político e econômico é corrupto, viciado e colapsado. Tudo é uma grande encenação por uma continuidade que interessa a uma elite política e econômica, nada além disso... Parece óbvio e repugnante e realmente é óbvio e repugnante... Eles não precisam de você, nem ligam a mínima para você... eles precisam apenas do seu voto... Nos rincões de miséria do sertão nordestino, por exemplo, os coronéis, que têm nestas regiões cidades por bases eleitorais, só dão por lá as caras para colher votos em tempos de eleição... depois, somem até que uma nova eleição venha e o ciclo usurpador reinicie. Quer um exemplo político? Há vários, mas vou economizar para o texto não ficar prolixo: na Paraíba, o Governador Cássio Cunha Lima foi cassado por abuso de poder político e econômico e em seu lugar assume um novo governador, José Maranhão, que tem sobre si oito processos de mesma natureza do seu antecessor: abuso de poder político e econômico, dentre outros. Sai gângster, entra gângster; Aécio, em sua gana de chegar ao Planalto, já saiu demagogicamente em defesa do digno líder nordestino, vislumbrando, conivente com o meliante, toda aliança para 2010; e o excelentíssimo Presidente do Senado, senhor José Feudal Sarney, domina há meio século o Estado brasileiro que tem a maior quantidade de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza. Exemplos econômicos? O lucro do Banco do Brasil, em 2008, subiu 74% em relação a 2007. Alguma vez seu mísero salariozinho subiu 74% num ano? E o O Itaú-Unibanco fechou 2008 com lucro líquido de 7,8 bilhões de reais!... Mais: nós somos meros joguetes e figurantes neste macabro processo maquiado com muito marketing... Reparou como nos últimos anos o marketing político cresceu e ganhou espaço fundamental no processo eleitoral? Quem são as grandes estrelas das eleições? Lula, Serra, Aécio? Não. São Nizan Guanaes, Duda Mendonça e outros. Aqueles não passam, de certo modo, de mercadoria bruta a ser lapidada. Pois, até onde alcança meu limitado cérebro, marketing lida com produtos, correto? Vejamos o Aurélio: “Conjunto de medidas que provêem estratégias de lançamento e sustentação de produtos ou serviços no mercado consumidor, garantindo o bom êxito comercial da iniciativa”. Opa! O Aurélio menciona nada ligando marketing com política... Certo... Parece óbvio que não votamos em líderes, mas em produtos com esta ou aquela embalagem, o quê em nosso País tem o nome de partido político. Quer um exemplo? Por que Lula ferrenhamente lutou pelo poder por 25 anos e, ao chegar a este poder, não promoveu mudança estrutural alguma? Por um único motivo, qualquer que tenha sido sua motivação para não fazê-lo: porque não foi capaz!... Este é o único motivo... Lula não teve capacidade de promover transformações fundamentais. Unicamente mudanças paleativas e conciliadoras! Tão conciliadoras que Lula se tornou unanimidade (e Nelson Rodrigues já alertava que toda unanimidade é burra!). Se Lula, com seu respaldo histórico único, não foi capaz (por medo, comodismo, conciliação de interesses, pressões externas, mudança de ideologia ou coisa que o valha, não importa) quem o seria? Se um homem que veio da miséria em pau-de-arara, um ex-operário com 85% de apoio popular não fez, será um herdeiro da elite que fará?! Será um Serra, um Aécio, um Ciro, uma Dilma? Não. Estes, ou quaisquer outros, continuarão trabalhando para fortalecer as elites e para temperar convincentemente as migalhas que são e serão distribuídas unicamente com o fim de apaziguar os ânimos da massa de votantes. Algumas questões não são colocadas, pois as pessoas têm medo de omitir juízos, além da maioria nem os ter, e os que os têm, em geral, os acham tão inverossímeis que simplesmente calam de vergonha. No Brasil, estrategicamente, justamente para não formar cidadãos críticos, não se investe consistentemente em Educação (percebeu a relação?): o Brasil é o país com o menor gasto por aluno entre os 34 analisados pelo relatório anual da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2007) sobre educação. Noruega e Suíça investem quase dez vezes mais e o Brasil perde ainda para latino-americanos como Chile e México, que gastam o dobro... O Brasil investe 4,2% do PIB ao ano em Educação... A Educação lucra 4,2% e o BB lucra 74%!?... Mas o Brasil não é do Bric e do G-20, já com status de potência regional e mundial?!... Potente para que?!... Na verdade, isso tudo não é unicamente um teatro; só pode ser um grande espetáculo de teatro do absurdo, em que nós, meros assistentes, nos misturamos mediocremente aos verdadeiros atores, pagando pelo ingresso um preço muito caro.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

CATADORA DE HOMENS.

(Foto: Michele Coleman)

Dona Lorenza Palma da Cunha, catadora de material reciclável, 55 anos, moradora de Penápolis, interior de São Paulo, devolveu aos donos de um supermercado R$ 40 mil em dinheiro e cheques que ela encontrou no lixo do estabelecimento. "Recolhi várias sacolas e algumas garrafas de plástico e coloquei aqui na carretinha (um reboque puxado por uma bicicleta). Quando cheguei em casa rasguei uma das sacolas e vi o dinheiro dentro dela". Dona Lorenza diz que se espantou ao ver tanto dinheiro. "Nem acreditei que eram de verdade, para mim aquilo era dinheiro de mentira, de coleção. Perguntei para meu amigo e ele me disse que era de verdade. Quando mexi de novo, achei uns cheques e lembrei que as sacolas eram do supermercado". Não pensou duas vezes: voltou ao supermercado... e devolveu. Como “recompensa”, a catadora de materiais recebeu R$ 200,00 (isto mesmo!) do dono do estabelecimento. Os R$ 200,00 da “recompensa” foram usados por Dona Lorenza para pagar a prestação de uma conta e com o troco ela comprou dois refrigerantes, dois pacotes de farofa e alguns espetinhos de carne bovina e de frango. Segundo ela, a compra foi para festejar o aniversário de um dos quatro netos, que completou 18 anos. "Acho que o dia hoje era mesmo para eu dar um jeitinho de fazer uma festinha para meu neto"... Eu, ironias a parte, sugiro que esta digna brasileira - honrada, trabalhadora, uma senhora tão pobre que tem dificuldade em identificar dinheiro (tem pouquíssimo contato com as cédulas) - seja levada a proferir uma palestra... uma não, sugiro que ela seja subsidiada para passar o ano viajando com todas as despesas dignamente pagas – transporte, hotel e alimentação - e um justo pró-labore, com o fim de ministrar palestras sobre ética, honestidade e assuntos correlatos (nos quais pelo visto ela é doutora!) para políticos do legislativo e do executivo das esferas municipal, estadual e federal do País todo; bem como dos membros do judiciário em todas as instâncias; das policias civil, militar e federal; e para dirigentes de instituições financeiras públicas e privadas... Melhor viabilizar este projeto em pelo menos quatro ou cinco anos... Uma mulher dessas com certeza tem uma vida muito dura, desde uma jornada diária braçal de longas horas sob sol e chuva, quanto morar num local e numa residência precários, problemas com vestuário, saúde, segurança, educação de filhos e netos, alimentação, gás, luz, água limpa, esgoto, lazer etc. etc. Uma mulher dessas - que provavelmente vive num quadro muito pior do que eu pude pintar - não teve sua integridade corrompida, não teve sua alma contaminada, não fala línguas, nem frequentou universidade ou clubes, não possui títulos, mas possui algo dentro de si que é realmente muito difícil de quantificar ou qualificar ou mesmo descrever. Algo que sarneys, quércias, malufs, rorizes, cunhas limas, collors, dantas, acm's e outras mediocridades do gênero sequer têm idéia de que exista: com certeza não viram isto em suas casas e famílias, não conviveram com isto em suas vizinhanças ou ao longo de suas vidas, não possuem esta referência que tantos brasileiros altamente dignos possuem, a de que ser humano é para ser respeitado em qualquer instância e não para ser malandramente ludibriado e usado... Em tempo: bom incluir este dono de supermercado nesta “assistência de próceres” sugerida acima, pois um homem que tem devolvido seu dinheiro e dispõe de uma “gratificação” de meio por cento e não de dez, ou mesmo trinta por cento, tem, realmente, ainda muito o que aprender sobre a vida...
(Fonte: Reuters)

NO PAÍS DAS MARAVILHAS.

(Foto: Sebastião Salgado)

O Tribunal Regional Federal do Distrito Federal (TRF-DF) concedeu hoje habeas-corpus ao fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, acusado de mandar matar a missionária americana Dorothy Stang, em crime cometido em fevereiro de 2005... “Que sensação estranha”, disse Alice. “Eu devo estar encolhendo como um telescópio!”. E daí era fato, ela estava agora com apenas 25 centímetros de altura, e seu rosto resplandeceu ao pensar que aquele era o tamanho exato para atravessar a portinha em direção ao adorável jardim... Por dois votos a um, o TRF-DF concedeu liberdade a Galvão, que por meio de grilagem tomou posse de uma área pública de três mil hectares, cenário de um conflito de terra que teve como desfecho a morte de Dorothy. Galvão estava preso desde dezembro de 2008, acusado de grilagem e estelionato... Primeiro, entretanto, ela esperou alguns minutos para ver se ainda iria encolher: ela sentiu-se um pouco nervosa em relação ao fato “porque isso pode resultar, você sabe”, disse Alice para si mesma, “em eu sumir como uma vela”. A menina ficou pensando como seria, tentando imaginar como a chama de uma vela se parece depois que a vela acaba e ela não conseguiu lembrar de ter visto alguma vez algo assim... Com a decisão de hoje, o acusado responderá ao inquérito em liberdade. Essa é a segunda vez que Galvão consegue habeas-corpus. Em 2006, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu o benefício depois de o fazendeiro passar um ano preso durante as investigações da morte da missionária... Afinal, achando que nada mais aconteceria, ela decidiu-se a entrar no jardim, mas, pobre Alice! quando ela chegou na porta, lembrou-se que tinha esquecido a pequena chave dourada, e quando voltou até à mesa, percebeu que não era possível pegá-la: Alice podia avistá-la através do vidro e tentou o máximo possível para escalar uma das pernas da mesa, mas era muito escorregadia; e quando desistiu, a pobrezinha sentou-se e chorou... Além das acusações por grilagem e pelo assassinato de Dorothy, o fazendeiro responde a ações por trabalho escravo, crimes ambientais e fraudes contra a Sudam... “Vamos, não há razão para chorar assim”, disse Alice. “Eu lhe aconselho deixar isso pra lá neste minuto”...

(Créditos: Agência Estado e Lewis Carrol).

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

BRASIL DE FATO.

(Foto: Sebastião Salgado)

Na favela, no Senado, sujeira pra todo lado... (Renato Russo)

Dados da Transparência Brasil - ONG dedicada a mapear os procedimentos dos parlamentares brasileiros nas esferas federal, estadual e municipal - demonstram o Senado Federal brasileiro como a instituição parlamentar mais cara do mundo! (a respeito, o estudo “Os custos do Congresso”, no site da ONG). "No que diz respeito à verba ‘indenizatória’, os senadores, assim como os deputados federais e outros parlamentares brasileiros, têm direito a um estipêndio mensal para gastos tais como correio, combustível, aluguel de escritório e outras despesas. No Senado esse auxílio é de R$ 15 mil. Se o senador apresentar notas em um montante inferior aos R$ 15 mil em um mês, a quantia não utilizada fica à sua disposição no mês seguinte. A possibilidade de dar destino ao montante acumulado é encerrada ao fim de cada semestre. Além desse benefício, os parlamentares contam com outra quantia mensal para o deslocamento às suas cidades de origem, além do uso de carros oficiais e outras regalias, como contratar inúmeros ‘assessores’ pagos à custa do erário”. Três Senadores - dignos de nota - dispensaram o benefício: Jefferson Peres (in memorian), Marco Maciel e Pedro Simon. Sabe-se que Jefferson Peres era tido por aliados e opositores como homem íntegro e Pedro Simon tem a notoriedade de ser dos políticos brasileiros mais éticos. Na tabela de dados da ONG sobre os gastos no trimestre fev./mar./abr. de 2007, quem somam R$ 1 604 171,15 (mais de um milhão e meio em três meses com gastos de correio, combustível, material de escritório e outros!) alguns nomes ficam muito acima da média na gastança, homens e mulheres de partidos diversos:

César Borges (PR-BA) - R$ 34.535,38
Cristovam Buarque (PDT-DF) - R$ 41.360,90
Demostenes Torres (DEM-GO) - R$ 42.313,80
João Ribeiro (PR-TO) - R$ 38.496,20
José Agripino (DEM-RN) - R$ 31.578,52
Kátia Abreu (DEM-TO) - R$ 36.003,25
Lúcia Vânia (PSDB-GO) - R$ 35.624,00
Romeu Tuma (PTB-SP) - R$ 39.702,42

Quantos aos outros, em geral, é fato esperado; mas, chama a atenção figurar nesta safadeza, perdão, nesta vileza, o nome de Cristovam Buarque, pela sua conhecida trajetória como político e educador. Afora isso, sabe-se que, em geral, nos editais públicos, os contemplados na sociedade civil não têm a possibilidade de repasse de verba não gasta para o mês seguinte (os senadores têm!), além de ser prática consagrada em todos os casos o uso de notas frias para o fechamento de contas, ou seja, geralmente não se gasta com o que se disse que se gastou. Em tempo, um contraponto da atitude de dois homens opostos: Eduardo Suplicy - político sabidamente de caráter raro - merece destaque com o menor gasto no trimestre em questão: R$1.636,19; e Romeu Tuma, um dos campeões em desrespeito ao dinheiro do cidadão, que foi apontado por Sarney para ocupar a corregedoria do Senado. Tuma, aliás, "gastou" em média R$ 13 mil por mês com gasolina, papel sulfite e outras coisinhas mais, donde pode-se depreender que ou Tuma desviou esse dinheiro para outros fins, ou Tuma não trabalhou no trimestre, ficando diuturnamente apenas dando voltinhas de carro com seu motorista em torno do Lago Paranoá e atirando bolinhas de papel pela janela... Curiosamente, em 2001 (há quase uma década!), O Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas divulgou um estudo, baseado na existência no País, então, de 50 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha de indigência (29,3% da população), recebendo uma renda mensal inferior a R$ 80,00 per capita. O estudo da FGV apontava que para erradicar este quadro de miséria seria necessária a aplicação de R$ 1,69 bilhão por mês (2% do PIB), o que significaria uma contribuição mensal de R$ 10,40 por brasileiro, tendo como base a renda per capita do país. A idéia desta pesquisa era mostrar como custa pouco erradicar a pobreza ao fornecer dados exatos de quanto seria preciso para tirar 50 milhões de brasileiros da indigência, segundo o coordenador do estudo, Marcelo Neri. Resumindo: o Governo não resolve efetivamente o que tem que ser resolvido unicamente porque não quer resolver. Traduzindo, isso é a tal da falta de vontade política, ladainha tão propalada como obstáculo. Lamentavelmente, do modo como as coisas são e estão, a legião de miseráveis, desempregados e desinformados não tem força para lutar contra os verdadeiros ladrões que roubam o dinheiro e a dignidade dos brasileiros: e não são aqueles que te colocam uma arma na cara no semáforo ou numa rua escura, pois estes também estão sendo roubados. São unicamente os que você elege com o teu tão valorizado voto.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

CACHORRO.

(Foto: Soubim)

Ouço a lembrança dos fortes latidos de meu cão. Vejo pupilas molhadas de muita personalidade canina. Presa na grade, a pequena cabeça luta para viver, onde minha mão estoura o velho ferro para não morrer o que já se ama. Um lapso agudo e urgente do que é amar. Ao fundo, quieta, a grama, como cobrindo todos nós. Lembro a convulsão de minha pequena cadela envenenada e o chamado do cão. Penso no que se perde e no que se deixa por tão pouco e por tão vício e por tanta ruindade. Passa por mim, como vulto, a cachorrinha já sendo socorrida por eles. Por minha irmã, por minha mãe, por meu irmão. Puros em desespero de almas acuadas e apartadas na madrugada da amargura. Passa por meu irmão e por meu filho que morreram e que não vi que morreram. No escuro e no frio. Que não vi e que não vejo. Quanto mais consigo ser cego? O que eu vejo, já, é a longa agulha e o médico e o susto e o medo e a dor e o passado e a outra cidade e o carnaval e a violência e o apego e a mulher. A mulher que foi e a mulher que será. A mulher que é. E o sono de meu pai. A ausência do corpo e o sono à beira da cama no tapete. Inquieta por não se suster nas próprias pernas, por não me suster no medo mesmo de se ir. O abandono. O ser só. O medo, imensurável, de se perder o que não se tem... Então, corto e reflito nas eleições presidenciais daquele ano de 1996, do calendário cristão dos Estados Unidos da América. Estes Estados Unidos e imperiais foram naquele momento uma nação com um risco apenas zunindo e ecoando da boca de um Jirinowski de verem-se convergir a outro neofascismo, depois concretizado por Bush. O que luta por não reconhecer a fragilidade e os direitos das minorias. Aquele mesmo que deportou pessoas para longe de suas famílias e casas. Idêntico ao que não sente os filhos pelos quais as mães choram, perdidos todos os que choram e os que se perderam. E um homem e uma mulher já não poderão, rindo, caminhar de braços dados completamente banhados do outro...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A CARA DO DEM: DEMocratas ou D.eputado E.dmar M.oreira?

(Foto: Sebastião Salgado)

Se o homem quer ter um castelo com 36 banheiros isso é problema dele. Estamos numa sociedade capitalista, caracterizada pela livre iniciativa de mercado e você, leitor, não seja burro em ignorar as consequências disto. Isso tudo que andam falando desse nobre deputado é inveja de favelado que não tem banheiro no barraco! Sei o que estou falando. Trabalhei um período como pesquisador numa favela de São Paulo em época de eleição, e conversando com um favelado este me revelou que sua família trocava voto por tijolo e cimento para construírem um banheiro, pois eram oito em casa e não tinham um sanitário sequer. Pior: que esta prática era comum na favela toda! Veja só que além de porcos estes favelados eram antiéticos! Que pouca vergonha! Estas pessoas deveriam manter-se sem banheiro, mas com a dignidade de não barganharem com algo sagrado como este instituto, como esta carta branca: O Voto! Tenho certeza absoluta de que tal idéia partiu deste favelado e nunca do político em questão, que deveria estar arduamente colando seus cartazes junto ao seu eleitorado sob sol escaldante, imbuído da sua luta para galgar um cargo público para, então, poder desinteressadamente lutar em prol dos desvalidos brasileiros, tendo sido, provavelmente, impelido à vil negociata. Fico imaginando quão difícil deve ter sido o início da carreira política de homens públicos abnegados como Maluf, Quércia, Barbalho, Lobão, Caiado, Inocêncio, o quanto estes homens não devem ter resistido a perversos assédios desse tipo. Acho um absurdo, então, um homem que teve a capacidade de erguer 36 banheiros, além de um castelo ao redor, ser criticado. Isto deveria servir de exemplo para as pessoas incapazes de terem sequer um lavabo. Este deputado construiu seu castelo nos anos 80, antes do seu primeiro mandato eletivo, sem verba pública, com vinte milhões suados do próprio salário e cada um faz o que quer com seus proventos! Se você não sabe gerenciar seu dinheiro, aprenda! Trabalhe duro como o nosso deputado e faça seu castelo, ou ao menos uma latrina, ao invés de colocar olho gordo no sucesso de pessoas dignas e honestas. O mal do Brasil é esse: de um lado pessoas empreendedoras e de sucesso, e, de outro, uma legião de incapazes de construir sequer uma privada. Além do que, o fato do homem ter 36 banheiros num castelo só nos serve de exemplo em saúde pública: um homem público que preza sua higiene, que com certeza tem muito a ensinar a todos nós, sujos e invejosos que somos! Em carta de renúncia aos cargos de 2º vice-presidente e de corregedor da Câmara dos Deputados, o deputado afirmou que o episódio se tornou "uma sangria desatada pautada em mentiras, inverdades, jogo de retórica e ataques sem respaldo empírico". Deputado Edmar Moreira não se abata com o DEM, continue empreendendo e não desanime com perseguições infundadas, pois estaremos torcendo pelo seu sucesso em tempo integral (fundaremos um fã clube, DEM por D.E.M. somos mais sua excelência!), uma vez que, desempregados ou por horas nas filas dos órgãos públicos, teremos muito tempo para isto...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

TAMBÉM ACHO.

(Foto: Thepraveenkhanna)

Em declaração à imprensa, o ministro Unger... [CORTE... perdoe-me a ignorância, não sei a que veio o Mangabeira, nem mesmo o que fazia nos Estados Unidos, ou o que lecionava exatamente, e na verdade não conheço alguém que o saiba... talvez o Ciro Gomes, a Patricia Pillar, o Lula e a Dona Marisa... eu se tivesse acesso aos dois eu perguntava, mas não tenho... às esposas nem pensar... sei que ele é ministro de Assuntos Estratégicos... eu fico muito inseguro com tudo isso... deve ser algo importante... não creio que haja assunto estratégico que não seja importante... enfim... quem sabe, já que é estratégico e que ele lecionava nos Estados Unidos, tenha algo a ver com a CIA?... é isso!... talvez o Tom Cruise saiba... mas também não tenho acesso ao Tom Cruise... droga!... ele estava no Rio esses dias, eu podia ter tentado um contato... se ao menos eu conhecesse o Rodrigo Santoro ele poderia intermediar...]... o ministro Unger diz que “Queremos um novo modelo de desenvolvimento para o País, que amplie as oportunidades econômicas e educativas à população", disse ele, segundo a reportagem, "durante o lançamento do Sensor Econômico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), na sede do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), em São Paulo". E que "em seguida, o ministro destacou que esta filosofia pragmática e planejada de Governo deve perdurar por décadas, pois se trata de uma estratégia de longo prazo que vai viabilizar com maior rapidez o progresso social e melhorar a produtividade das companhias privadas”. [CORTE... eu sou um verme mesmo... nunca que eu serei como esse ministro... genial ele... articulado... que inveja maldita... droga! o Matt Damon foi da CIA... agente Jason Bourne... ele deve conhecer o Unger... se eu pudesse falar com o Matt... não... vou continuar... eu consigo...]. Na verdade, sinto-me lisonjeado e incluído, como brasileiro, quando o ministro diz “queremos” (porém, o Mangabeira não me consultou sobre o que realmente, enquanto cidadão, quero) e concordo com este digníssimo auxiliar direto do Presidente Lula, pois creio (agora falando por mim mesmo, sem abrir e fechar aspas) que devamos nos nortear objetivamente com um norte assaz objetivo por um desenvolvimento que faça progredir, que seja a um só tempo progressista e desenvolvimentista com um alto grau de empreendedorismo cometedor, que eduque instruindo e ao mesmo tempo diminuindo a evasão escolar, bem como a fugida de alunos das escolas, e orientando o País no caminho do desenvolvimento sustentável, sustentado por uma sustentabilidade consistente e que agregue valor sob uma perspectiva valorativa e agregadora ou, até mesmo, agregativa. Penso, também, que blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, etc. e tal. Sobre o ponto em questão, acho mesmo o mesmo que já acharam no passado, o que acham no presente e o que sei que acharão no futuro, pelo menos uma parcela destes, então não cabe aqui novo destaque a estas idéias minhas que nada têm de original e nem de minhas, mas continuo achando e concordando e pensando e pleiteando o mesmo, e que esse mesmo se faça, pois se for feito realmente dará certo, disso não duvido, nem creio que alguém aqui duvide (e sobre isto já conversei com doutores, especialistas, professores e mendigos) e afirmo que, sem dúvida, tal ação terá custos enormemente cortados ao limite extremo (opa, se é limite já é extremo!) - custos públicos e privados, é preciso que se diga, além dos custos mistos (existem?!) das empresas de capital misto, que não se esqueçam destas - o que, sem dúvida, será repassado para a Educação e a Saúde e a geração de empregos e a segurança pública sem tais verbas, com certeza, escoarem pelos dutos da corrupção, pois, com certeza, para isto teremos todo o auxílio da Polícia Federal, dos grampos e escutas (mesmo sem o Protógenes à frente), o empenho para que se cumpra do Judiciário (pois, confiamos por demais em Gilmar Mendes, homem reto), a fiscalização proba do Legislativo (pois, acreditamos sobremaneira em Sarney e Temer, pilares da República) e a iniciativa em que se faça cumprir do Executivo (com nosso herói à frente, o Lula)... sem dúvida... com certeza... indubitavelmente... juro pela minha mãe... e tenho dito!

POLÍTICA POR MULHERES.

(Foto: Sebastião Salgado)

Há quem diga que as mulheres seriam e são mais sensíveis, éticas e humanas na vocação político-partidária. Tivemos recentemente em Salvador uma secretária da Educação, que se intitulava “a negona” – racista, portanto - e que, depois de uma meia gerência medíocre desta secretaria, licenciou-se, desconhecida nacionalmente, tentando alçar vôo ao Senado, sendo, obviamente, derrotada: não tinha nem competência, nem sabedoria, nem projeção, nem experiência para tanto. E experiência é a vocação do Senado. Se não me falha, além de ter sido secretária parcialmente, havia sido vereadora antes. Ponto. Currículo curto. Não se sabe se talvez tenha sido anteriormente síndica de condomínio, dirigente de encontro de casais ou algo que o valha. Ganhamos com sua pretensão e queda. Mulheres na política, em comparação aos homens, não temos em quantidade, mas, historicamente, em oposição à teoria da sensibilidade para as questões que afligem os cidadãos, há uma boa amostragem de reacionárias no Brasil e no mundo, no presente e no passado: margareth tatcher, marta suplicy, roseana sarney, condoleezza rice, tzipi livni, yeda crusius, cristina kirchner etc. Em termos absolutos, obviamente, os homens são mais reacionários. Mas e em termos relativos arrisca-se um prognóstico? Sabe-se que o mítico matriarcado das amazonas não era tão matriarcado assim. Benazir Bhutto se tornou a primeira premiê de um Estado muçulmano. Por duas vezes foi primeira-ministra e por duas vezes foi destituída – por dois presidentes - sob acusações de abuso de poder, nepotismo, corrupção, improbidade administrativa e pela morte extrajudicial de detentos, tendo sido condenada pela Justiça do Paquistão por desvio e lavagem de dinheiro. E quanto à Dilma Roussef, o que poderia ser? Estaria mais para o grupo feminino de direita ou para nossa meia secretária voadora? Claro que Dilma tem muito mais currículo que esta: participou da reestruturação do PTB e da fundação do PDT; foi secretária de Minas e Energia no Rio Grande do Sul por duas vezes; participou da luta armada, atuando em organizações terroristas; esteve presa e diz ter sido torturada; além de ter um notório e consagrado engenheiro de vôo. Por outro lado, temos no mundo esperança no trabalho de Hillary, esta sim Senadora competente e ex-primeira-dama; e, no Brasil, além de Erundina, Heloisa Helena e Marina Silva – sensíveis no melhor sentido do termo e, no mínimo, competentes - nutrimos simpatia pela Prefeita mineira que dignamente cortou do seu próprio salário há pouco. Quanto a isto vamos deixar o tempo dizer se é demagogia ou ética, se neste meio tempo tivermos a perspectiva de uma visão panorâmica. Mas, talvez nem isto tenhamos. Collor (a gramática pede maiúscula em início de frase) também encenou ética na caça aos marajás e com isso desbravou seu caminho ao Planalto guiado por roberto marinho. Depois, tivemos tempo de ver quem era realmente o marajá... Ora, por que enfiamos o collor aqui, se estamos tratando de mulheres? Logo ele que ainda esbravejava que tinha "aquilo roxo”?

domingo, 8 de fevereiro de 2009

SEM TÍTULO.

(Foto: Hein Rich)

Negocio com minha dor
não me envergonho
já atravessei metrópoles
e fui heróico a olhos nus
fiz por merecer
ser agora o que sou
mercador maleável
tornado matéria corrompível
humano e desumanizado
seco, inundado por lágrimas
tendo o tempo por cobrador

sábado, 7 de fevereiro de 2009

A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR.

(Foto: Sebastião Salgado)

Pergunto-me por que o mundo sempre perdeu tantas pessoas jovens e construtivas - Chico Science, John Lennon, Renato Russo, Jim Morrison, Bussunda, Cazuza, Clara Nunes, Noel Rosa, George Harrison, Heath Ledger, add infinitum - enquanto tantos parasitas quase centenários teimam em continuar, num apego feroz a uma vida totalmente inútil à coletividade, útil apenas a seus tristes clãs - Sarney, Maluf, Roriz, Quércia, Bush (pai e filho), ACM ... opa! este já foi...tarde.

RELIGIÃO?

(Foto: Sebastião Salgado)

O respeito à diversidade religiosa e à liberdade de culto é artigo constitucional. Porém, em nome disto não se pode ter uma postura política hipócrita nem se subtrair informação verdadeira aos mais incautos, pois o mal fundamental do Brasil - a falta de Educação - cria isto mesmo: uma legião de desinformados e manobráveis, bem ao gosto das elites permanentes. Tomemos, por exemplo, o espiritismo, que, lamentavelmente, é um embuste. Criado supostamente segundo o evangelho cristão, ou Kardec desconhecia profundamente os evangelhos, ou deliberadamente os descumpriu, uma vez que Cristo reiteradamente afirmou em várias passagens dos mesmos: “há o mundo espiritual, mas não é dado ao homem contactá-lo nesta vida” ou “não consulte adivinhos nem espíritos, pois procedem do maligno”, dentre outras. E então Alan? De qualquer forma, conclui-se, obviamente, que você foi leviano; porém teria sido, ainda, oportunista estando ciente, ou, se ignorava coisa tão séria, também irresponsável?

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

SE ORIENTE OCIDENTE.

(Foto: Salvador Arellano)

Entre furibundo, fratricida e doente
Cooptava, armava, mesmo induzia
Como uma argamassa inclemente
Uma população disposta e abortiva

Esse ódio veio pelo Ocidente
E seria partilhado por um oriental
De mãos marcadas e alma ausente
Antes redivivo, agora voltado ao Mal

Governos regulamentarão
Milhões definharão ao embargo
Qual vermes inermes serão
E intelectuais se porão ao largo

Exilados, verão os mais altos índices
De ações viscosas e estagnadas
Elites serão confortáveis óbices
Para quaisquer intenções já extenuadas

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

AUSÊNCIA (Exercício inepto da existência) - Peça em um ato.

(Foto: Sebastião Salgado)

O espectador é introduzido no espaço cênico com a ação já em andamento, não partindo de um "começo" de cena. Ritmo lento. Os dois personagens estão como que confidenciando um ao outro. Possuem erudição, nunca sabedoria. São cínicos e impermeáveis a tudo, a todos e a eles próprios. Não são parceiros, cúmplices, embora possuam uma mesma postura e uma mesma linha de raciocínio obtuso, desumano, frio, patético, estatístico, distanciado e calhorda, que os une, casualmente. Usam ternos, padronizando-os, uniformizando-os. São cleans e aparentam uma não saúde, uma espécie de apatia "pálida". São neutros e podem ser ou políticos ou empresários ou banqueiros ou burocratas ou executivos ou juristas etc. Há certo clima de absurdo. Passeiam pelos assuntos e exercitam uma erudição verborrágica vazia. Fazem citações. Podem lembrar andróides ou clones. Não são perversos, apenas técnicos, científicos, desinfetados, precisos no pior sentido do termo. Estão como que dissecando algo. Comunicam-se sem se comunicar. OUTRO, desde o início, lenta e vitreamente, vai preparando uma dose de heroína numa seringa. Referem-se, implicitamente, à realidade recente social e política do Brasil.

UM - ... Crianças comem cactos... a planta é usada por fazendeiros para alimentar o gado na seca...
OUTRO - Cacofagia... estado mórbido em que o indivíduo é levado a ingerir matérias fecais ou outras imundícies...
UM - Cactos dão flores... algumas grandes e de cores vivas!
OUTRO - A situação de miséria que atinge cerca de um quarto daquela população de sertanejos fez surgir no Município casos de demência atribuídos à má alimentação. São os chamados "loucos da fome"...
UM - Loucos da Fome... li algo sobre... curioso... essas pessoas acabam, de uma maneira ou de outra, encontrando alternativas para manterem-se vivas...
OUTRO - A coisa não é tão dramática quanto se mostra... franceses comem scargots!... ribeirinhos comem outro tipo de molusco, chamado turu... extraem de troncos de árvores molhados pela maré... têm sempre, para matar a fome, uma madeira molhada em casa onde os turus se proliferam... não há diferença, do ponto de vista técnico...
UM - A devastação dos açaizais por empresas produtoras de palmito ajudou a aumentar o consumo de turu naquela região... o palmito era dos principais alimentos para aqueles miseráveis...
OUTRO - A subnutrição tem gerado demência naqueles sertanejos...
UM - São apenas sertanejos... não sejamos hipócritas... de qualquer forma eles são mesmo inferiores, como os judeus, os índios ou os negros... embora não seja kardecista ou pertença a qualquer outra corrente espiritualista ou filosófica, exceto ao bom pragmatismo materialista positivista, devo dizer que considero, digamos, cármico, e que, desse modo, incluem-se no espectro evolutivo... veja, como exemplo: um homem pode ter a seguinte linha em suas, digamos, encarnações: animal, famélico, negro, judeu, mulher, oriental de segunda categoria, cambojano talvez, de primeira, japonês, homem branco etc...
OUTRO - Famélico... bela palavra... "Através da campina trotaram dois lobos, esgalgados, famélicos, com os verdes olhos acesos"... Eça de Queirós... já reparou no olhar de um faminto? É interessantíssimo, oco, morto, mas, também, vigilante, predatório... é de uma dialética curiosíssima, que produz um efeito devastadoramente estético...
UM - Esgalgado... "magro como um galgo, escanzelado"...
OUTRO - Escanzelado... "magro como um cão faminto"... escanifrado... Galgo: "esfomeado, sedento ou desejoso de qualquer coisa"...
UM - Escanifrado: descarnado... "estava escanifrado, de olhos fundos, desenhando-se-lhe a ossatura acidentada sob a colcha de retalhos"... Godofredo Rangel...
OUTRO - São imagens fortes... são poéticas... e necessárias enquanto referencial... são níveis de existência que cumprem uma função determinada...
UM - Deixaria um homem sem comer alguns dias apenas para arrancar-lhe o efeito desse olhar e utilizá-lo, digamos, esteticamente?
OUTRO - Sim, uns poucos dias não seriam um problema... estão acostumados em sua resistência a mais do que isso...
UM - São identificáveis, decerto, aspectos positivos: a alma se fortalece com o sofrimento e... a carcaça fica curtida como couro!... Sob esse ângulo, crianças famintas têm mais sorte na luta pela sobrevivência que filhinhos burgueses de frágil pela clara... claro que se trata de uma questão de enfoque e não de um problema real...
OUTRO - Indolência...
UM - E num nível mais sutil, marginais, párias, artistas decadentes, assalariados etc. etc., até atingirmos o ápice da raça com, digamos, políticos, empresários... elites em geral... ocidentais, obviamente...
OUTRO - Paria... no sistema hindu de castas, a mais baixa, constituída pelos indivíduos privados de todos os direitos religiosos ou sociais, seja pelo nascimento ou pela exclusão da sociedade... homem excluído da sociedade... "juntos do sólio e da opulência opima / mil párias disputando aos cães um osso"... Raimundo Correia...
UM - Exato...
OUTRO - Numa outra escala de valores podemos ter: Somália ou Etiópia, Brasil etc. etc. etc., EUA ou França na outra ponta...
UM - É mesmo imunda toda essa escória nojenta... alimentando-se de turus e desenvolvendo espectros apavorantes...
OUTRO - Os loucos da fome se proliferaram, naquela região, em até seis casos semanais registrados por ano... têm entre 14 e 21 anos, deliram e perdem a capacidade de orientação durante as crises... os médicos atribuem a causa à uma alimentação inadequada desde a infância...
UM - As crianças, ali, comem cacto!... a planta é usada pelos fazendeiros da região como ração para gado!...
OUTRO - Esses indivíduos podem, chegando a um determinado estágio da loucura, ficar permanentemente comprometidos...
UM - Em Minas Gerais encontraram um homem, que se denomina Jesus Cristo de Nazaré, vivendo nos esgotos... bebe da água pútrida que percorre as galerias pestilentas da capital mineira... e se alimenta de lixo!...
OUTRO - Parece não haver limites para o nível de degradação a que os homens, individualmente, podem submeter-se e serem submetidos...
UM - Acha que uma sociedade que admite que seus membros vivam em bueiros está enferma e correndo o risco de uma ruptura no sistema diante da indiferença e da desumanização?...
OUTRO - Não creio... é uma fatalidade inevitável...
UM - Em casos assim, a experiência dos campos de concentração é algo que deve ser levado em conta... a ciência já tem a tecnologia para a fabricação de clones humanos... não para homens dessa natureza, é claro...
OUTRO - Para isso ainda existem estúpidos impedimentos éticos...
(OUTRO prepara uma dose de heroína e mantém-se apático)
UM (sem perceber o ato de OUTRO) - ... existem...

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Depois de prefixo, quando a segunda palavra começar com s ou r, as consoantes devem ser duplicadas. Exemplos: antirreligioso, antissemita, contrarregra. No entanto, o hífen será mantido quando os prefixos terminarem com r, como hiper-, inter- e super-. Exemplos: hiper-requintado, inter-resistente, super-revista.

QUEM SOU EU

Minha foto
Salvador, BA, Brazil
Sou paulista, tenho 44 anos, e a seis anos moro em Salvador, Bahia, aonde vim fazer meu mestrado em arte-educação na Universidade Federal da Bahia. Sou professor de Metodologia de Pesquisa Científica na Faculdade São Tomaz de Aquino, nos cursos de Direito, Pedagogia e Comunicação. Presto serviços em Metodologia de Pesquisa Científica - minha especialidade - e Redação pela TEXTO&CONTEXTO: cursos, consultoria e normatização para textos científicos. Tenho atuado a mais de 15 anos junto a alunos de graduação e pós-graduação de universidades como UFBA, Uneb, USP, Unicamp, Unesp, UFPE, UFSC, FGV e universidades de Portugal e África, dentre outras. Em 2008, iniciei disciplinas no doutorado em Educação na UFBA como aluno especial.

ESTRADA

  • Nasci em São Paulo, capital, e fui criado no bairro da Moóca, tipicamente de classe média italiana, nascido como bairro proletário.
  • Nos anos de 1987 e 1988 fui membro individual da Anistia Internacional e em 1989 fui membro de grupo, escrevendo cartas para chefes de Estado e de Governo do mundo todo em prol de presos políticos e de consciência.
  • Em 1989, iniciei bacharelado no Instituto de Artes da Unicamp.
  • Em 1993, trabalhei como voluntário responsável pela biblioteca no Centro Boldrini, hospital referência no tratamento do câncer infantil, em Campinas.
  • Em 1996, com mais seis amigos, fundei o Centro de Cultura e Convívio Cooperativa Brasil, em Campinas.
  • Em 2000, escalei o vulcão Villarica, no Chile, o mais ativo da América do Sul, com quase 4 mil metros.
  • Em 2001, conclui especialização em Metodologia de Pesquisa Científica pela Unicamp.
  • Em 2003, graduei-me na ABADÁ-Capoeira.
  • Em 2007, conclui mestrado na área de arte-educação pela UFBA.
  • Desde 2007, sou membro da Igreja Batista da Graça.
  • Atualmente, sou Membro Internacional e de Rede de Ação Urgente da Anistia Internacional, escrevendo cartas para chefes de Estado e de Governo do mundo todo em prol de presos políticos e de consciência.

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