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quinta-feira, 18 de junho de 2009

DA HIPOCRISIA

(Foto: A.Alves)

Que história Sarney? Respeitar sua história é o mesmo que respeitar a história de Maluf ou de Quércia ou de Roriz ou de sua filha Roseana ou de tantos pulhas que só fazem ao longo das décadas assaltar o Estado e explorar a população miserável. Sarney, em seu discurso no Senado, disse ser absurdo alguém com a história de serviços prestados ao País, como ele, ser julgado. Sarney se considera, então, acima do bem e do mal, numa espécie de caráter imperialista. Lula, em sua habilidade em não atacar aliados – ou seja, todos - tristemente afirmou: "Não li a reportagem do presidente Sarney, mas penso que ele tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum", disse. "Elas [denúncias] não têm fim e depois não acontece nada" (FOLHA, 17 jun. 2009). Vejamos: 1) é algo leviano opinar sobre conteúdo que não se conhece, especialmente quando a opinião é de um Presidente da República, que tem obrigações éticas mais que redobradas ao se pronunciar sobre qualquer assunto, como príncipe que é; 2) ter ou não ter história não isenta qualquer indivíduo de ser julgado pelos seus atos, presentes ou passados, ainda que somente algumas vezes culpabilizado, como bem demonstra a História; 3) realmente, Sarney não deve ser tratado como uma pessoa comum, pois não o é: deve ser tratado com o rigor que seu cargo exige, além do que uma pessoa comum em seu universo corriqueiro não tem a possibilidade nem a capacidade que Sarney tem de prejudicar a sociedade tanto e ao longo de tanto tempo. Aliás, Sarney é um caso até raro na política quanto a um tipo de longevidade: já conseguiu instaurar uma segunda geração de sua família, na figura de sua doentia filha, já longeva, perpetrando abusos, desmandos e crimes, como nenhum outro político antes fez, nem mesmo ACM; e 4) “elas”, se não têm fim, é por culpa da corrupção dos políticos; “elas”, se não têm fim, é por não serem apuradas até o fim; “elas”, se não têm fim, e nada ao final acontece, é porque quem deveria punir não cumpre com sua função; e “elas”, se não têm fim, deveriam ser ocupação prioritária de um Presidente e não objeto de descaso do mesmo. Sarney, na crise dos atos secretos, diz que a crise não é dele, a crise é do Senado, numa tentativa não muito habilidosa de se esquivar da responsabilidade ao longo dos últimos 14 anos, especialmente como presidente da casa, e de oito parentes lotados no Senado, nomeações e aumentos de salário, além do mordomo da filha pago com dinheiro do contribuinte, meu e seu. Este exemplo, o da irresponsabilidade, Sarney legou à sua prole: sua filha ao roubar o mandato de Jackson Lago, recentemente, licenciou-se para cuidar de um de seus cânceres, deixando o povo maranhense ilhado numa das maiores enchentes de sua história… Sarney, vou lhe contar outra história, que não lhe afeta nem nunca afetou, e à qual você é indiferente: vivemos em países diferentes, eu e você. Meu país é mais próximo do Maranhão do que o seu. Ou do Amapá, ou de onde quer que você seja. Vivemos num país em que os bancos nunca tiveram lucros tão exorbitantes e, no entanto, demitem, não por dificuldades financeiras, mas para manterem os lucros nos mesmos patamares estratosféricos. Vivemos, ainda, num tempo em que os homens põem sua confiança em tudo e em todos, exceto em Deus, até num pequenino e rústico tubinho colocado na barriga de um portentoso avião, e por isso morrem. Ou seja, vivemos no tempo do caos, da ganância escancarada, um tempo em que na verdade a exploração humana faz parte de um passado romântico, pois hoje o homem é licenciosamente sugado, corrompido, triturado sobremaneira. Em nosso país, Sarney, vivemos um tempo que as palavras não expressam, mas que nem por isso deixa de ser captado, visto, percebido. Um tempo dos grandes hipócritas, que têm uma das mais expressivas representações na figura de vossa excelência…

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NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Depois de prefixo, quando a segunda palavra começar com s ou r, as consoantes devem ser duplicadas. Exemplos: antirreligioso, antissemita, contrarregra. No entanto, o hífen será mantido quando os prefixos terminarem com r, como hiper-, inter- e super-. Exemplos: hiper-requintado, inter-resistente, super-revista.

QUEM SOU EU

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Salvador, BA, Brazil
Sou paulista, tenho 44 anos, e a seis anos moro em Salvador, Bahia, aonde vim fazer meu mestrado em arte-educação na Universidade Federal da Bahia. Sou professor de Metodologia de Pesquisa Científica na Faculdade São Tomaz de Aquino, nos cursos de Direito, Pedagogia e Comunicação. Presto serviços em Metodologia de Pesquisa Científica - minha especialidade - e Redação pela TEXTO&CONTEXTO: cursos, consultoria e normatização para textos científicos. Tenho atuado a mais de 15 anos junto a alunos de graduação e pós-graduação de universidades como UFBA, Uneb, USP, Unicamp, Unesp, UFPE, UFSC, FGV e universidades de Portugal e África, dentre outras. Em 2008, iniciei disciplinas no doutorado em Educação na UFBA como aluno especial.

ESTRADA

  • Nasci em São Paulo, capital, e fui criado no bairro da Moóca, tipicamente de classe média italiana, nascido como bairro proletário.
  • Nos anos de 1987 e 1988 fui membro individual da Anistia Internacional e em 1989 fui membro de grupo, escrevendo cartas para chefes de Estado e de Governo do mundo todo em prol de presos políticos e de consciência.
  • Em 1989, iniciei bacharelado no Instituto de Artes da Unicamp.
  • Em 1993, trabalhei como voluntário responsável pela biblioteca no Centro Boldrini, hospital referência no tratamento do câncer infantil, em Campinas.
  • Em 1996, com mais seis amigos, fundei o Centro de Cultura e Convívio Cooperativa Brasil, em Campinas.
  • Em 2000, escalei o vulcão Villarica, no Chile, o mais ativo da América do Sul, com quase 4 mil metros.
  • Em 2001, conclui especialização em Metodologia de Pesquisa Científica pela Unicamp.
  • Em 2003, graduei-me na ABADÁ-Capoeira.
  • Em 2007, conclui mestrado na área de arte-educação pela UFBA.
  • Desde 2007, sou membro da Igreja Batista da Graça.
  • Atualmente, sou Membro Internacional e de Rede de Ação Urgente da Anistia Internacional, escrevendo cartas para chefes de Estado e de Governo do mundo todo em prol de presos políticos e de consciência.

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